7 insights após ouvir o Podcast "The Complete History & Strategy of Microsoft" no Acquired
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Notas após ouvir o podcast The Complete History & Strategy of Microsoft no Acquired.
1. “Privilege, Privilege, Privilege”
Não dá para ignorar o privilégio de Bill Gates e o papel que ele desempenhou em seu sucesso profissional. Embora não seja o foco principal, algumas informações e nuances sobre essa questão aparecem ao longo da história.
Bill Gates nasceu em uma família de classe alta em Seattle, com pai advogado bem-sucedido e mãe envolvida em diversas organizações e conselhos, incluindo a da Pacific Northwest Bell Telephone. Essa rede de contatos e influência, sem dúvida, abriu portas e oportunidades para Bill. Além disso, o fato de Bill ter frequentado a Lakeside School, uma escola particular de elite, com recursos financeiros para investir em computadores como o PDP-10, proporcionou a ele um acesso privilegiado à tecnologia que a maioria das crianças não tinha. O apoio de seu pai, Bill Gates Sr., foi crucial para a trajetória de Bill. Seu pai, além de advogado renomado, também foi um mentor e investidor de Bill, oferecendo recursos e conselhos importantes durante a construção da Microsoft. Por último, Bill Gates nasceu em uma época de grande transformação tecnológica, onde o microcomputador estava surgindo e criando um novo mercado. Essa conjuntura, sem dúvida, somada a a dedicação, o talento e a persistência fizeram de Bill Gates o que ele é hoje.
2. “Disruptive Innovation” before the ‘hype’
Antes de Clayton Christensen cunhar o termo “Inovação Disruptiva”, a Microsoft já aplicava um modelo clássico de disrupção. Curiosamente, a empresa seguiu os passos da Digital Equipment Corporation (DEC), um exemplo que mais tarde foi analisado e documentado pelo próprio Christensen.
Bill Gates, que admirava a DEC, seguiu a mesma linha de raciocínio. Ele não tentou competir com a IBM no mercado de mainframes e, em vez disso, focou em criar software para o novo e nascente mercado de microcomputadores. Ao se concentrar em um mercado “inferior”, mas com grande potencial de crescimento, pôde desafiar empresas dominantes e criar um novo mercado.
No caso, Bill apostou no potencial da Interface Gráfica do Usuário (GUI) como a próxima grande inovação e com essa visão, ele mudou o foco da Microsoft do projeto OS/2, realizado em parceria com a IBM, para dedicar-se ao desenvolvimento do Windows, que inicialmente era visto como um “projeto secundário”
3. “Experiment fast”
A Microsoft não teve medo de experimentar, mesmo que isso significasse falhar. Eles constantemente exploraram novos caminhos, adaptando-se rapidamente a novas tecnologias e mercados. Essa mentalidade de constante experimentação, em vez de se apegar a um plano rígido, foi um dos principais fatores que contribuíram para o sucesso da empresa.
4. “Killer app”
O conceito de “killer app” é fundamental para entender o sucesso da Microsoft.
A Microsoft conseguiu, em várias ocasiões, lançar aplicativos que tornaram suas plataformas mais atraentes e indispensáveis para os usuários. A habilidade da empresa em identificar e desenvolver esses “aplicativos essenciais” foi uma das estratégias-chave para dominar o mercado de computadores pessoais. Por exemplo, o Excel foi um desses aplicativos essenciais que impulsionou a adoção do Windows e das interfaces gráficas, revolucionando a forma como as pessoas manipulavam dados numéricos.
5. “Ballmer”
Embora sua personalidade possa ter causado algumas controvérsias, Steve Ballmer foi fundamental para a transição da Microsoft para o mercado corporativo.
Ele foi o principal responsável por construir um novo departamento de vendas, ensinando a empresa a vender softwares complexos para executivos e departamentos de TI, que, inicialmente, eram resistentes à tecnologia do PC.
6. “Paul”
Muito antes do Marc Andreessen escrever seu famoso artigo Why Software Is Eating the World Paul foi um dos primeiros a defender que o software tinha potencial para mudar o mundo, mesmo.
Como co-fundador da Microsoft junto com Bill, além de um exímio programador ele desempenhou um papel como mentor importante para a empresa. Nos primeiros anos ele foi responsável por produtos que ajudaram a empresa a crescer (ex. BASIC Interprete)
Paul ele acreditava no poder do software para revolucionar as diversas áreas da vida, e essa convicção foi crucial para a cultura da Microsoft.
7. “This is Bill’s company”
A Microsoft fez um feito raro no mundo dos negócios: construir uma empresa de capital aberto multibilionária quase inteiramente bootstrapped. A combinação de um modelo de negócio de software incrivelmente lucrativo, com baixos custos de desenvolvimento e distribuição, permitiu que os fundadores mantivessem o controle acionário majoritário mesmo após o IPO.
Por exemplo, na época da entrada na bolsa, o Bill Gates ainda detinha 49% das ações da Microsoft. Isso deu a Bill Gates uma liberdade sem precedentes para tomar decisões de longo prazo e moldar a empresa de acordo com sua visão, sem a pressão de investidores externos
É interessante observar como a Microsoft tem construído sua posição no campo da Inteligência Artificial, em especial, diversificação de risco. A empresa popularizou o conceito de “Co-Piloto” integrando LLMs em seus produtos, acelerou o desenvolvimento por meio de investimentos estratégicos, incluindo uma parceria com a OpenAI. Além disso, tem fortalecido parcerias, como com a Mistral, e expandido seu catálogo de modelos de código aberto na Azure AI, bem como desenvolvido seus próprios modelos, como o Phi.